Um dos temas do Rotaroots deste mês é um post especial sobre a ditadura da beleza. Pegando um gancho no projeto #StopTheBeautyMadness – sim, é por ele que tem tanta gente sem make no Facebook e Instagram -, foi proposta uma abordagem sobre esse tema tão comum e problemático entre as mulheres. Aí que sem querer fui parar num post aqui do blog, publicado em junho de 2010, totalmente relacionado à temática. Por mais irônico que possa parecer, passaram-se 4 anos e absolutamente nada mudou! E é por isso que resolvi republicá-lo…
“Passa ano, vai ano, e continuamos vendo por aí as comparações de fotos antes e depois do famoso tiozinho do Photoshop. A última foi a Carol Castro, que pediu que “tirassem” a tattoo que ela tem na barriga e odeia, e sabe-se lá como acabou vazando as ditas fotos sem edição. Sinceramente, não vejo problemas em fazer um retoque ou outro na imagem. Porém, sabemos bem que não é isso que acontece. Na foto da Carol, por exemplo, as mudanças foram extremamente drásticas e visíveis. Começando pela cor humanamente impossível, passando pelo shape na barriguinha e contorno das curvas. Praticamente colocaram a cabeça dela em outro corpo!
Agora, alguém me responde: por que tudo isso? A Carol é linda, aparentemente simpática e humana. Humana como todas nós, com pele de verdade, uma gordurinha aqui e outra ali, umas manchinhas no corpo, nada mais natural. Não vejo motivos pra uma modificação tão grande, que transforma uma menina com tudo no lugar em uma boneca de plástico inatingível. E na busca incansável por esse ideal de beleza inventado por fotos construídas, muitas meninas mergulham num buraco de doenças e obstinações impossíveis, achando que vão alcançar o que, na verdade, é pura utopia. Um corpo criado por um mero programa de computador, muito longe da academia e da boa alimentação que o corpitcho criado sugere.
Mas, o que mais me indigna, é que várias são as reportagens e insistentes críticas anti-Photoshop veiculadas corriqueiramente na mídia acessível. E nada muda. Sempre que “vaza” uma ou outra foto de antes ou depois é aquele burburinho, olha-como-ela-tem-defeitos. Óbvio que tem, assim como eu, assim como você. Só não vê quem não quer e quem a revista engana. E essa busca insana pelo ideal inalcansável continua desencadeando bulimias e anorexias mundo afora, levando meninas lindas do jeito que são e com toda uma vida saudável pela frente à morte. Tudo por um mero programa de computador. Até quando?”
Este post faz parte da blogagem coletiva do Rotaroots, um grupo de blogueiros saudosistas que resgata a velha e verdadeira paixão por manter seus diários virtuais. Quer participar? Então faça parte do nosso grupo no Facebook!
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